Com a chegada de novembro, as ações de combate ao câncer de próstata ganham mais visibilidade na Bahia. Dados da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) revelam que, entre janeiro e outubro de 2024, 1.144 homens morreram devido à doença, o que representa uma média de quatro óbitos por dia.
Apenas neste ano, o câncer de próstata já se consolidou como a segunda maior causa de mortes por câncer no estado, ficando atrás apenas dos tumores de brônquios e pulmões. Em 2023, a doença liderou as estatísticas, com 1.594 registros de óbito. Salvador foi a cidade com mais mortes, totalizando 214, seguida por Feira de Santana (54) e Vitória da Conquista (27).
Para o urologista Lucas Batista, professor da Universidade Federal da Bahia (UFBA), a prevenção é a melhor aliada na luta contra o câncer de próstata.
“Esse é um tumor que não depende do comportamento do indivíduo para surgir. O diagnóstico precoce, alcançado por meio de um bom acompanhamento preventivo, eleva as chances de cura para até 90%,” afirma o especialista.
O diagnóstico é realizado por meio do exame de toque retal e do PSA, que mede a concentração de uma proteína produzida pela próstata no sangue. Alterações nesses exames podem indicar a necessidade de biópsia e exames de imagem para confirmação do tumor.
Homens com 50 anos ou mais devem realizar o acompanhamento anualmente. No entanto, para aqueles com fatores de risco, como obesidade, histórico familiar ou pertencentes ao grupo étnico negro, o rastreamento deve começar aos 45 anos.
No Brasil, o câncer de próstata é o segundo mais incidente entre homens, atrás apenas dos tumores de pele não melanoma.
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), cerca de 71.730 novos casos são esperados anualmente no período de 2023 a 2025. Na Bahia, 2.451 internações por câncer de próstata foram registradas entre janeiro e setembro de 2024, correspondendo a uma média de nove casos por dia.
Humberto Ferraz, urologista e presidente da Sociedade Brasileira de Urologia – Secção Bahia (SBU), ressalta que sinais como sangramento na urina, redução do jato urinário e dificuldade para urinar indicam que o tumor pode estar em estágio avançado.
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